Lá pelas tantas quando o amigo começa a ficar sem jeito, sem graça, muda as feições e parece não saber muito mais o que dizer, com notada dificuldade em dar prosseguimento no assunto, com um olhar tenso, desconfiado, não é sinal que o álcool das nossas taças está começando a pegar. Eu conheço a mulher que tenho. Significa que ela, por algum motivo se encantou por ele, e que a bebida já derrubou o tênue filtro moderador que ainda a impedia de abrir o zíper dele de surpresa por debaixo da mesa sem dizer uma só palavra, enquanto continua agindo naturalmente e me olhando nos olhos.
Tudo bem, eu o entendo. Deve ser difícil manter uma conversa lógica e normal enquanto você tem uma ereção por entre os dedos da mulher do seu amigo, bem na frente dele e, ainda assim, manter a naturalidade.
Quando percebo aquele silêncio no ambiente, feições desconfiadas e o tom de voz dele mudando, já sei bem o tipo de coisa que aquelas mãos ágeis e habilidosas devem estar aprontando por dentro da calça dele. Ou será que ela já colocou pra fora? Deve ser difícil tentar se controlar e não deixar transparecer que você está a ponto de ter um orgasmo. Quase sempre me levanto e a deixo terminar a sós com o nosso convidado aquilo que começou, para que o constrangimento dele seja menor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário